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*Blog Raul Machado: http://raulmachado.blogspot.com/


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Bom Natal e Ano-Novo para todos!

Fim de ano, aquela coisa né. Coletivo Arterizar de férias.

Ficamos devendo algumas coisas neste fim de 2009, algumas por culpa de pessoas que falaram que iriam nos ajudar, mas no máximo nos deram um bolo podre de presente. Outras por culpa nossa mesmo. E outras pelo tempo (vale falar isso?...).
Mas enfim, temos vários projetos para o ano que vem, para fazer crescer este nosso coletivo artístico, agrupando mais pessoas, melhorando nossa organização e aumentando/diversificando nossa produção e também nossa ação.
Continuaremos usando o blog como forma de divulgarmos nossas atividades, então fiquem ligados! A produção não pára nunca (sem essa de "para" sem acento, a reforma ortográfica não chegou aqui ainda), então em breve algumas coisas novas por aqui já.
No mais, até 2010 meus amigos e amigas. Fiquem aí com um pequeno escrito de fim de ano.
-Tem enquete nova no blog também...lá embaixo, no fim da página.

Pequena Estória sobre o Espírito de Fim de Ano

*Por Raul Machado

O bêbado, sentado sozinho na sacada de seu apartamento, comemora o natal com uma garrafa de uísque. Matutando sobre o espírito natalino, e de fim de ano, ele se assombra. Espírito é coisa de filme de terror.
Ainda são sete horas da noite, e lá embaixo na rua ele vê passar uma criança.
-Feliz Natal, meu jovem!
-Papai Noel não existe!
-Então feliz ano novo adiantado pra você, pequeno!
-Eu sigo o calendário chinês, mas...
-Ah, vai-te a merda seu moleque filho de uma égua!

Toma a garrafa inteira e sai pelos inferninhos da cidade, sem ver o ladrão entrar por sua chaminé e roubar-lhe a árvore de natal. Acorda só em 2010, com uma puta ressaca ao lado de uma bela mulher vestida de Mamãe Noel, o seu maior fetiche. Se não fosse pela dor de cabeça, ele até esboçaria um sorriso amarelo. Ele está, enfim, feliz. Fodeu o seu natal e acordou no futuro.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Vídeo-Poesia Amador

*Mais Coletivo Arterizar no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=Kw1ttvJpbNk&feature=channel

Vídeo-poesia tosco e amador, de Raul Machado, com música de Fernando Bijos.

Conto

*De Raul Machado

*Experiência de escrever livremente, rimando sem pretensão. Conto-Livre.Vejam o resultado da brincadeira:



Na gaveta há morangos de verão

Acordes de violão me acordam com a corda no pescoço, como um cão sem seu osso, sem seu céu, como eu sem meu chapéu. Ah, se na minha gaveta houvesse morangos, já dizia o profeta e o feirante que me entrega abacaxis de bicicleta. Mas não há não, ainda não é verão. –Só no Japão, grita Anacleto, meu sobrinho que não enxerga de perto. Sim, ele está correto. Que merda!
Confesso, de tarde eu tardo a ver o mundo certo. Os vizinhos fazem um alarde, mas eu calmamente desligo meu alarme. Não há ladrão, e se tivesse já estaria rendido pedindo perdão, chorando como criança no chão. Que ânsia... Talvez fosse vontade de vingança, ou o telefonema da minha ex avisando-me que teve uma criança. Se tivesse casado com ela, poderia ter sido um burguês, ao menos uma vez. Mas a rejeitei, quanta sensatez!
Voltando ao assunto, eu quero mudar o mundo, quero ser mais astuto, e tudo isso com meus amigos juntos. Mas o que mais me intriga, ainda são os morangos da sensação, do verão, que me valem uma boa briga.
Tudo houve de mudar quando o mudo ousou falar. “As escadas, quando grandes, cansam mais que tiros de armas”. Ouvi, meditei, mijei, de bêbado cai. Mas a mensagem não foi de passagem, apesar de minha pouca idade, escutei como se fosse lema de toda eternidade! Mas que pena de mim, moleque sem fim, desiludido e perdido pela busca de dim-dim. Queria os morangos, e teria que ser assim, uma épica busca, como virgem pela puta, nada estática, muito estética... Enfim.
Em fria noite de inverno, eu que dormia como urso iberno, me via como fraco humano que chora ao deparar-se com o inferno, sem reza que me salve, sem preza que me acalme, sem remédio que me cure, sem anjo que prometa o eterno que me ature. Deus, onde estão os amigos teus? Pois lá descobri que o diabo odeia pecador atrasado, banana com açaí e queijo quente no calor, além de amor mal amado. Mandei-lhe um beijo e sorri. Ledo engano, aqui não sou eu quem mando. Estou queimando!
-E o meu morango? Meu morango de verão?
Deu uma pirueta, e seguiu andando, como Michael Jackson deslizando no chão.
-Seu morango, aquele do verão, está naquela gaveta.
Quase abri uma vez. Na segunda abri e me perdi. Na terceira me fez de freguês. Beijei o capeta. A culpa me satisfez. Agora é sua vez, disse amassando o pão, o próprio cão. Que tesão!
Vi surgir do nada, a arca de Noé, cair como água uma chuva de “mé”, acredite quem quiser. O paraíso se abriu, era ainda verão e já era abril, era o fim e Caim não partiu, somente de desilusão discretamente caiu. Tudo era eu, nunca nada mais que isto existiu, nem aquele chato ateu, parente teu.
Era eu, e eu era nada. Mas rolando no imaginário de meu coração, estava aquele atalho ateado de morango de verão. Parecia água.

E a gaveta? Pergunta-me o cético incrédulo.

Era a buceta da sua mãe, seu patético. Respondi grosseiro, mas na ofensa certeiro, pedindo calma pela minha alma de demência. De razão, clamo pois sofro carência. Amém...doim! Dois reais o pacote.
E no fim da noite o dia me sacode. Filho da puta, acorde! – Acordo, e oro. A arca não é de Noé, mas estou novamente a bordo! –E o morango? Grita-me o infinito, ainda que manco.

Por uma Arte Revolucionária Independente, de André Breton e Leon Trotsky

POR UMA ARTE REVOLUCIONARIA INDEPENDENTE


Introdução

Em 1938, na Cidade do México, o revolucionário russo Leon Trotsky e o poeta surrealista francês André Breton redigiram, após longas discussões, o manifesto “Por uma arte revolucionária e independente”. Embora tivessem encontrado-se pela primeira vez poucos meses antes da redação do manifesto, anos antes um forte laço vinha se formando entre estas duas personagens tão importantes quanto diferentes do século XX. Quando ainda membro do Partido Comunista Francês (PCF) , no começo da década de 30, Breton e alguns outros artistas próximos a ele rejeitam a chamada “literatura proletária”, imposta pelo estalinismo, através da Associação Russa de Escritores Proletários (AREP). Neste debate, travado dentro da Associação de Escritores e Artistas Revolucionários (AEAR), utilizam argumentos próximos das teses desenvolvidas por Trotsky na obra Literatura e Revolução, escrita em 1924. Mais tarde, em 1934, assumem abertamente postura contrária à expulsão de Trotsky da França e saúdam “o organizador do Exército Vermelho que permitiu ao proletariado conservar o poder apesar do mundo capitalista coligado contra ele”, no panfleto “Planeta sem passaporte”. No ano de 1935, rompem definitivamente com o PCF, no congresso internacional de escritores em defesa da cultura. Entre 1936 e 1938, a Rússia vê, apavorada, sob as ordens de Stálin, os opositores à burocracia contra-revolucionária que assumira o controle do país serem assassinados ou deportados, naquilo que ficou conhecido como os Processos de Moscou. Quando Trotsky e Breton se encontravam pela primeira vez, em maio de 1938, os últimos sobreviventes da Oposição de Esquerda russa estavam sendo assassinados. O manifesto escrito em 25 de julho faz o chamado à construção da Federação Internacional da Arte Revolucionária e Independente (FIARI), a qual, surgida às vésperas do início da Segunda Guerra Mundial, teve uma breve existência. No entanto, a FIARI, mesmo tendo se dissolvido ainda no início de 1939, e seu manifesto cumpriram o papel ao qual se propunham. Da FIARI, enquanto existiu, aglutinar os artistas que não viam nem no capitalismo, sendo o regime fascista ou democrático, nem no autoritarismo estalinista a solução para os problemas da arte, mas sim na luta pela independência da arte e pela derrocada do capitalismo. O do manifesto, de ser o grito dos artistas das novas gerações que buscam sua liberdade de criação, sua emancipação, rumo à revolução socialista mundial.


Por uma Arte Revolucionaria Independente

André Breton e Leon Trotsky

1) Pode-se pretender sem exagero que nunca a civilização humana esteve ameaçada por tantos perigos quanto hoje. Os vândalos, com o auxílio de seus meios bárbaros, isto é, deveras precários, destruíram a civilização antiga num canto limitado da Europa. Atualmente, é toda a civilização mundial, na unidade de seu destino histórico, que vacila sob a ameaça das forças reacionárias armadas com toda a técnica moderna. Não temos somente em vista a guerra que se aproxima. Mesmo agora, em tempo de paz, a situação da ciência e da arte se tornou absolutamente intolerável.
2) Naquilo que ela conserva de individualidade em sua gênese, naquilo que aciona qualidades subjetivas para extrair um certo fato que leva a um enriquecimento objetivo, uma descoberta filosófica, sociológica, científica ou artística aparece como o fruto de um acaso precioso, quer dizer, como uma manifestação mais ou menos espontânea da necessidade. Não se poderia desprezar uma tal contribuição, tanto do ponto de vista do conhecimento geral (que tende a que a interpretação do mundo continue), quanto do ponto de vista revolucionário (que, para chegar à transformação do mundo, exige que tenhamos uma idéia exata das leis que regem seu movimento). Mais particularmente, não seria possível desinteressar-se das condições mentais nas quais essa contribuição continua a produzir-se e, para isso, zelar para que seja garantido o respeito às leis específicas a que está sujeita a criação intelectual.
3) Ora, o mundo atual nos obriga a constatar a violação cada vez mais geral dessas leis, violação à qual corresponde necessariamente um aviltamento cada vez mais patente, não somente da obra de arte, mas também da personalidade “artística”. O fascismo hitlerista, depois de ter eliminado da Alemanha todos os artistas que expressaram em alguma medida o amor pela liberdade, fosse ela apenas formal, obrigou aqueles que ainda podiam consentir em manejar uma pena ou um pincel a se tornarem os lacaios do regime e a celebrá-lo de encomenda, nos limites exteriores do pior convencionalismo. Exceto quanto à propaganda, a mesma coisa aconteceu na URSS durante o período de furiosa reação que agora atingiu seu apogeu.
4) É evidente que não nos solidarizamos por um instante sequer, seja qual for seu sucesso atual, com a palavra de ordem: “Nem fascismo nem comunismo”, que corresponde à natureza do filisteu conservador e atemorizado, que se aferra aos vestígios do passado “democrático”. A arte verdadeira, a que não se contenta com variações sobre modelos prontos, mas se esforça por dar uma expressão às necessidades interiores do homem e da humanidade de hoje, tem que ser revolucionária, tem que aspirar a uma reconstrução completa e radical da sociedade, mesmo que fosse apenas para libertar a. criação intelectual das cadeias que a bloqueiam e permitir a toda a humanidade elevar-se a alturas que só os gênios isolados atingiram no passado. Ao mesmo tempo, reconhecemos que só a revolução social pode abrir a via para uma nova cultura. Se, no entanto, rejeitamos qualquer solidariedade com a casta atualmente dirigente na URSS, é precisamente porque no nosso entender ela não representa o comunismo, mas é o seu inimigo mais pérfido e mais perigoso.
5) Sob a influência do regime totalitário da URSS e por intermédio dos organismos ditos “culturais” que ela controla nos outros países, baixou no mundo todo um profundo crepúsculo hostil à emergência de qualquer espécie de valor espiritual. Crepúsculo de abjeção e de sangue no qual, disfarçados de intelectuais e de artistas, chafurdam homens que fizeram do servilismo um trampolim, da apostasia um jogo perverso, do falso testemunho venal um hábito e da apologia do crime um prazer. A arte oficial da época estalinista reflete com uma crueldade sem exemplo na história os esforços irrisórios desses homens para enganar e mascarar seu verdadeiro papel mercenário.
6) A surda reprovação suscitada no mundo artístico por essa negação desavergonhada dos princípios aos quais a arte sempre obedeceu, e que até Estados instituídos sobre a escravidão não tiveram a audácia de contestar tão totalmente, deve dar lugar a uma condenação implacável. A oposição artística é hoje uma das forças que podem com eficácia contribuir para o descrédito e ruína dos regimes que destroem, ao mesmo tempo, o direito da classe explorada de aspirar a um mundo melhor e todo sentimento da grandeza e mesmo da dignidade humana.
7) A revolução comunista não teme a arte. Ela sabe que ao cabo das pesquisas que se podem fazer sobre a formação da vocação artística na sociedade capitalista que desmorona, a determinação dessa vocação não pode ocorrer senão como o resultado de uma colisão entre o homem e um certo número de formas sociais que lhe são adversas. Essa única conjuntura, a não ser pelo grau de consciência que resta adquirir, converte o artista em seu aliado potencial. O mecanismo de sublimação, que intervém em tal caso, e que a psicanálise pôs em evidência, tem por objeto restabelecer o equilíbrio rompido entre o “ego” coerente e os elementos recalcados. Esse restabelecimento se opera em proveito do ”ideal do ego” que ergue contra a realidade presente, insuportável, os poderes do mundo interior, do “id”, comuns a todos os homens e constantemente em via de desenvolvimento no futuro. A necessidade de emancipação do espírito só tem que seguir seu curso natural para ser levada a fundir-se e a revigorar-se nessa necessidade primordial: a necessidade de emancipação do homem.
8) Segue-se que a arte não pode consentir sem degradação em curvar-se a qualquer diretiva estrangeira e a vir docilmente preencher as funções que alguns julgam poder atribuir-lhe, para fins pragmáticos, extremamente estreitos. Melhor será confiar no dom de prefiguração que é o apanágio de todo artista autêntico, que implica um começo de resolução (virtual) das contradições mais graves de sua época e orienta o pensamento de seus contemporâneos para a urgência do estabelecimento de uma nova ordem.
9) A idéia que o jovem Marx tinha do papel do escritor exige, em nossos dias, uma retomada vigorosa. É claro que essa idéia deve abranger também, no plano artístico e científico, as diversas categorias de produtores e pesquisadores. "O escritor, diz ele, deve naturalmente ganhar dinheiro para poder viver e escrever, mas não deve em nenhum caso viver e escrever para ganhar dinheiro... O escritor não considera de forma alguma seus trabalhos como um meio. Eles são objetivos em si, são tão pouco um meio para si mesmo e para os outros que sacrifica, se necessário, sua própria existência à existência de seus trabalhos... A primeira condição da liberdade de imprensa consiste em não ser um ofício. Mais que nunca é oportuno agora brandir essa declaração contra aqueles que pretendem sujeitar a atividade intelectual a fins exteriores a si mesma e, desprezando todas as determinações históricas que lhe são próprias, dirigir, em função de pretensas razões de Estado, os temas da arte. A livre escolha desses temas e a não-restrição absoluta no que se refere ao campo de sua exploração constituem para o artista um bem que ele tem o direito de reivindicar como inalienável. Em matéria de criação artística, importa essencialmente que a imaginação escape a qualquer coação, não se deixe sob nenhum pretexto impor qualquer figurino. Àqueles que nos pressionarem, hoje ou amanhã, para consentir que a arte seja submetida a uma disciplina que consideramos radicalmente incompatível com seus meios, opomos uma recusa inapelável e nossa vontade deliberada de nos apegarmos à fórmula: toda licença em arte.
10) Reconhecemos, é claro, ao Estado revolucionário o direito de defender-se contra a reação burguesa agressiva, mesmo quando se cobre com a bandeira da ciência ou da arte. Mas entre essas medidas impostas e temporárias de autodefesa revolucionária e a pretensão de exercer um comando sobre a criação intelectual da sociedade, há um abismo. Se, para o desenvolvimento das forças produtivas materiais, cabe à revolução erigir um regime socialista de plano centralizado, para a criação intelectual ela deve, já desde o começo, estabelecer e assegurar um regime anarquista de liberdade individual. Nenhuma autoridade, nenhuma coação, nem o menor traço de comando! As diversas associações de cientistas e os grupos coletivos de artistas que trabalharão para resolver tarefas nunca antes tão grandiosas unicamente podem surgir e desenvolver um trabalho fecundo na base de uma livre amizade criadora, sem a menor coação externa.
11) Do que ficou dito decorre claramente que ao defender a liberdade de criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita “pura” que de ordinário serve aos objetivos mais do que impuros da reação. Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução. No entanto, o artista só pode servir à luta emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior.
12) Na época atual, caracterizada pela agonia do capitalismo, tanto democrático quanto fascista, o artista, sem ter sequer necessidade de dar a sua dissidência social uma forma manifesta, vê-se ameaçado da privação do direito de viver e de continuar sua obra pelo bloqueio de todos os seus meios de difusão. É natural que se volte então para as organizações estalinistas que lhe oferecem a possibilidade de escapar a seu isolamento. Mas sua renúncia a tudo que pode constituir sua mensagem própria e as complacência degradantes que essas organizações exigem dele em troca de certas possibilidades materiais lhe proíbem manter-se nelas, por menos que a desmoralização seja impotente para vencer seu caráter. É necessário, desde este instante, que ele compreenda que seu lugar está além, não entre aqueles que traem a causa da revolução e ao mesmo tempo, necessariamente, a causa do homem, mas entre aqueles que dão provas de sua fidelidade inabalável aos princípios dessa revolução, entre aqueles que, por isso, permanecem como os únicos qualificados para ajudá-Ia a realizar-se e para assegurar por ela a livre expressão ulterior de todas as manifestações do gênio humano.
13) O objetivo do presente apelo é encontrar um terreno para reunir todos os defensores revolucionários da arte, para servir a revolução pelos métodos da arte e defender a própria liberdade da arte contra os usurpadores da revolução. Estamos profundamente convencidos de que o encontro nesse terreno é possível para os representantes de tendências estéticas, filosóficas e políticas razoavelmente divergentes. Os marxistas podem caminhar aqui de mãos dadas com os anarquistas, com a condição que uns e outros rompam implacavelmente com o espírito policial reacionário, quer seja representado por Josef Stálin ou por seu vassalo Garcia Oliver.
14) Milhares e milhares de pensadores e de artistas isolados, cuja voz é coberta pelo tumulto odioso dos falsificadores arregimentados, estão atualmente dispersos no mundo. Numerosas pequenas revistas locais tentam agrupar a sua volta forças jovens, que procuram vias novas e não subvenções. Toda tendência progressiva na arte é difamada pelo fascismo como uma degenerescência. Toda criação livre é declarada fascista pelos estalinistas. A arte revolucionária independente deve unir-se para a luta contra as perseguições reacionárias e proclamar bem alto seu direito à existência. Uma tal união é o objetivo da Federação Internacional da Arte Revolucionária Independente (FIARI) que julgamos necessário criar.
15) Não temos absolutamente a intenção de impor cada uma das idéias contidas neste apelo, que nós mesmos consideramos apenas um primeiro passo na nova via. A todos os representantes da arte, a todos seus amigos e defensores que não podem deixar de compreender a necessidade do presente apelo, pedimos que ergam a voz imediatamente. Endereçamos o mesmo apelo a todas as publicações independentes de esquerda que estão prontas a tomar parte na criação da Federação Internacional e no exame de suas tarefas e métodos de ação.
16) Quando um primeiro contato internacional tiver sido estabelecido pela imprensa e pela correspondência, procederemos à organização de modestos congressos locais e nacionais. Na etapa seguinte deverá reunir-se um congresso mundial que consagrará oficialmente a fundação da Federação Internacional.
O que queremos:
a independência da arte - para a revolução
a revolução - para a liberação definitiva da arte.


Cidade do México, 25 de julho de 1938

Mais Poemas!


*De Raul Machado



A Eternidade da Busca


Busco a solidão
Como quem busca
Uma nova alma

Sigo os traços
De imensidão
Pois nesta paixão
Não há calma

Respiro

Não há ódio
Neste apagado caminho
Mórbido como no chão
Um colorido passarinho

E enquanto circulam
Milhões de tudo
Sigo meu mundo
Falando assim
Meio que mudo

Cantando
Para quem sabe ouvir

Entrando
Por onde os ousados
Clamam por sair

Melancólico
Por horas
Alcoólico

Não há busca
Somente uma puta
Duas talvez...

E peço assim
De uma só vez

Que me escrevam
Que me risquem
Que me pintem
Que me cortem

O meu neurótico
Escuro e erótico
Aclamado
E mais desejado
Fim

-Assim
Sem pena
Um escroto e belíssimo

Poema!

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*(Clique na imagem para ver maior)

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Isto não é um Hai Kai I


A noite engoliu meu Eu
Agora hei de ser
Apenas mais um breu

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Poemas!

*De Raul Machado


Caminho Cinza – São Paulo em Transe(to)


A moto grita
A flor morta
Já não me irrita

O caminhão chora
A fumaça me entorta
E nas linhas de vida escassa
São Paulo não tem hora

Aqui o achado é perdido
E quem procura vai se perdê
Bebendo uísque com Tietê

São Paulo...
O verde é preto
A alface é veneno
A fuligem, tempero
O jardim, asfalto

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Era uma vez um ex-burguês


Pelos gestos
Ritmos e restos
E o que te resta

Vejo
Que não és
Mais o mesmo

Sobrou só
O que presta

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A


-Qual sua letra predileta?
-A letra A, a grande seleta!
-Por quê? Não creio que sejam palavras sinceras.
-Quê? Já vistes como a letra A tem as mais formosas pernas?
O poema chega a caminhar, sedutor, como se tivesse o alfabeto inteiro para amar.

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Coletivo Arterizar no Youtube

Depois de acaloradas discussões, sobre divulgar nosso trabalho através de sinais de fumaça e mensagens na areia ou no youtube, acabamos por decidir pela última opção (com ressalvas).

Pagando mico, pois ele está em extinção. Salvem as baleias, mas não esqueçam de salvar a arte.

Assistam:

http://www.youtube.com/watch?v=aFt1s0FnK3Q

e

http://www.youtube.com/watch?v=3UX_WtiMG8w

sábado, 24 de outubro de 2009

Em breve

-Fotos da exposição "Palavras e Imagens II", de Fernando Bijos e Raul Machado, durante a X Semana de Ciências Sociais/UFSC.

-Informações sobre o Jornal Arterizar número 02 e o seu Lançamento. Em processo de diagramação ainda.

-Informações sobre novas exposições e eventos do Coletivo Arterizar ainda para 2009.

E otras cositas más...como no...

Palhaços, Uni-vos!



Visitem: http://www.picadeiroquente.blogspot.com/

-Espaço interativo com acesso irrestrito para todos os palhaços do mundo que queiram mandar seu recado, trocar conhecimentos e afetos.


-O oitavo "Anjos dos Picadeiros - Encontro Internacional de Palhaços", será realizado aqui em Floripa, de 23 a 30 de Novembro. Fiquem ligados! Mais informações em breve, ou então no blog acima. Xuxu beleza...

Beijos Coloridos,
Artério Arteiro - o palhaço xodó do Coletivo Arterizar.

Itajaí em Cartaz

Mostra reúne o melhor do teatro itajaiense
3º Itajaí em Cartaz terá sua abertura neste sábado, dia 24, às 11 horas, com espetáculo na Rua Hercílio Luz, em frente à Casa da Cultura

Nos próximos dias, o público poderá apreciar o melhor da cena teatral itajaiense, conhecida pela qualidade de suas produções. A terceira edição da mostra Itajaí em Cartaz acontece de 24 a 31 de outubro, no Teatro Municipal de Itajaí.
A mostra terá a participação de onze grupos teatrais da cidade e outros dois convidados, de Criciúma e Joinville. Serão, no total, 31 apresentações em oito dias. “O 3º Itajaí em Cartaz é uma iniciativa importante para o movimento teatral itajaiense porque condensa a produção dos grupos locais em uma semana”, analisa Caroline Carvalho, coordenadora do evento. “Além de abrir espaço para que o público conheça o nosso trabalho, é também uma oportunidade para que as pessoas possam desfrutar de bons espetáculos”, acrescenta.

Preços populares
Promovida pela recém-criada Rede Itajaiense de Teatro, órgão que reúne ampla maioria das companhias teatrais da cidade, a mostra terá ingressos a preços acessíveis. “Como o evento foi aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, os preços são populares”, explica Charles Augusto de Oliveira, também coordenador do 3º Itajaí em Cartaz. A exemplo das duas edições anteriores, Oliveira espera um bom público também para este ano. “A expectativa é de que possamos, além de manter o público que já frequenta o Teatro Municipal, promover a inclusão de novos espectadores, indo para a rua e também trazendo as pessoas para o teatro”, afirma.
Os ingressos para todas as apresentações custarão R$ 10 a entrada e R$ 5 a meia-entrada.

Abertura
O 3º Itajaí em Cartaz terá seu início neste sábado, 24 de outubro, às 11 horas. A abertura da mostra ficará sob a responsabilidade da Cia. Cirquinho do Revirado, de Criciúma. Os convidados apresentarão o espetáculo “Amor Por Anexins”. A apresentação acontece no calçadão da Rua Hercílio Luz, em frente à Casa da Cultura Dide Brandão.
Ainda no sábado, a programação prossegue à noite, no Teatro Municipal de Itajaí. Às 19 horas, no hall do Teatro, a Cia. Mútua apresenta “Missiva e Miragem”, espetáculo de teatro lambe-lambe. Em seguida, será a vez do grupo L.E.G.U.M.E, com uma Intervenção Clown. Em seguida entram em cena, no palco do Municipal, dois espetáculos da AECA: “A Pena e a Lei”, às 20 horas, e “Plínio Marcos”, às 21 horas.

Histórico da Mostra
Em maio de 2007, a primeira edição do Itajaí em Cartaz mostrou um panorama da produção teatral da cidade. Durante uma semana de intensa programação, foram apresentados espetáculos de todos os grupos da Câmara Setorial de Teatro.
No ano seguinte, também no mês de maio, o 2º Itajaí em Cartaz trouxe, além das companhias locais, o intercâmbio com a Cia. Trip de Teatro, de Rio do Sul. Na ocasião, os convidados apresentaram o espetáculo “De Malas Prontas”.
Para este ano, o objetivo da Rede Itajaiense de Teatro, ao promover o 3º Itajaí em Cartaz, é reunir a produção dos grupos locais e ampliar o intercâmbio, com grupos convidados na abertura e também no encerramento.
Mais informações: No blog do "Itajaí em Cartaz", disponível na nossa lista de links.

Programação: (clique na imagem para ver maior)

sábado, 17 de outubro de 2009

Poemas

*De Raul Machado


Bueiros

Rasgo
O rastro
E me arrasto
Entre ratos
E restos

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Esquizofrenia de Palhaços na Madrugada com Vento

Artério Arteiro
Sincero
Sorrateiro

Banana com chocolate
E patins azuis

Palhaços nus
De cor abacate
Acendem a luz

O que?
Agora vendem
Até o tal
Chá mate?

Sorri
Ligeiro
Nosso
Artério
Arteiro

=)

Piada
Sem hora marcada!!!

Grita aquela chata

Molecada

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Outro

Abre-se a janela
E grita-se: clichê!

Que abram, então, e arregacem
As vísceras que escondem

Hmmmmmmmmmmm
Que tal? Qual seu gosto?
E teu parado poste posto?

Procurem a cor
Na gaveta escondida

E quando gritarem
Vagabundo!
Volte ao mundo
E deixe o resto lá

Nem que seja sozinho.

Ao caminhar
Dance

Ao olhar
Paquere

Ao acordar
Sonhe

Ao lembrar
Esqueça

E para sempre
Parta
Assim, meio que de repente

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Sem Título I

Não há
Nada
Mais
Non-sense
Que a sensação
De acordar
Dormindo
E não estar lá

Exposição Coletivo Arterizar - Semana de Ciências Sociais

*Exposição "Palavras e Imagens II", de Fernando Bijos e Raul Machado.

Quando: De 19 a 23 de Outubro
Onde: Hall do CFH/UFSC

-Exposição de ilustrações de Fernando Bijos com a interpretação poética de Raul Machado. Diferentemente da "Palavras e Imagens I", onde a poesia clamou pela ilustração. A exposição integra a programação da X Semana Acadêmica de Ciências Sociais/UFSC, este ano com o tema Arte e Manifestações Sociais. Veja abaixo a programação completa do evento:

X SEMANA ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS: ARTE E MANIFESTAÇÕES SOCIAIS

De 19 a 23 de Outubro de 2009
CFH – UFSC
Florianópolis – SC

Segunda – 19.10
10h00 Inscrições e Informações
Local: Hall do CFH

19h00 Inscrições e Informações
Abertura da Semana
Local: Hall do CFH

Terça – 20.10
10h00 Palestra: "Arte e educação"
Dr. Maristela Fantin
Local: Auditório do CFH

14h00 Oficina de customização
Isbella Fonseca
Local: Sala 331

Oficina de Fotografia: “Arte Pública e Ciências Sociais”
Rosa Blanca
Local: Auditório do CFH*

19h00 Arte e Sociedade, Conexões? Teatro e Música
"A teatralidade como meio de expressão da vida coletiva: negociando os usos e a ocupação do solo no Sul da Ilha",
Profa. Tereza Mara Franzoni
"Os músicos transeuntes: de palavras e coisas em torno de uns Batutas",
Prof. Luís Fernando Hering Coelho
Prof. Rafael José de Menezes Bastos
Local: Auditório do CFH

Quarta – 21.10
10h00 Mesa Redonda: "O que é arte"
Juliana Johnson, Isbella Fonseca e
Thiago Autrann
Local: Auditório do CFH

14h00 Oficina de dança
Caio e Lara
Local: Sala 331

19h00 Palestra: “Literatura a sangue frio: a prosa e o jornalismo de Truman Capote”
Dr. Jacques Mick
Local: Auditório do CFH

Quinta – 22.10
10h00 Teatro
Local: Hall do CFH

14h00 “Manifestação cultural, comunicação e extensão/educação popular: estudantes construindo cientistas sociais críticos"
Grupo "Oficina de Ciências Sociais"
Local: Auditório do CFH

19h00 Palestra: "A morte e o renascimento do autor da obra de arte",
Profa. Claudia Pellegrini Drucker
Local: Auditório do CFH

Sexta – 23.10
10h00 Palestra: “Literatura e música: o NEPOM e a demanda transdisciplinar”
Profa. Tereza Virgínia de Almeida
Local: Auditório do CFH

14h00 Apresentação de Trabalhos:
- "Concepções artísticas e categorias musicais no universo do rock". Tatyana de Alencar Jacques
- "Cosméticos da Tradição à Alta Modernidade: Mais um paradigma em crise". Denise M. Nunes
- "Etnografando Murgas, Candombes e tangos: práticas musicais e representações do negro". Maria Eugenia Dominguez Calvo
Local: Auditório do CFH

19h00 Sarau Cultural
Local: hall do CFH

22h00 Festa de Encerramento
Local: Oásis

Atividades permanentes:
- Mostra de poesia - Vagner Boni
- Exposição de artes visuais - Coletivo Arterizar
Local: Hall do CFH

14h00 Cine Paredão
Local: Mini-auditório do CFH

* Duração de 3 dias (terça, quarta e quinta) e trazer câmera fotográfica.

Divulgações


*Cascaes 100+1

Quando: 16 de outubro a 14 de novembro de 2009
Onde: Terminal de Integração do Centro (exposição “Cascaes em trânsito”); Palácio Cruz e Sousa, Lagoa da Conceição, Ribeirão da Ilha, Santo Antônio de Lisboa e Pântano do Sul (show musical “Festa pra Cascaes!)
Quanto: Programação gratuita


Homenagem ao artista e pesquisador que completaria este ano 101 anos terá 30 dias de artes visuais, música, teatro, literatura e cinema.

Pela primeira vez na história de Florianópolis, de 16 de outubro a 14 de novembro, a área de maior concentração de pessoas da cidade – o Terminal de Integração do Centro (TICEN) – será ambientada para receber uma mostra da diversidade da obra de Franklin Cascaes: exposição de 32 reproduções de esculturas, 26 desenhos, 10 manuscritos, exibição de quatro filmes sobre ele e sua obra, oficina e aulas de desenho, cinco shows musicais em diferentes pontos da cidade e 16 intervenções teatrais se somarão à distribuição de panfletos com benzeduras e histórias extraídas dos escritos de Cascaes. Tudo isto faz parte da programação do projeto Cascaes 100+1.

Com toda a programação gratuita e um público estimado em mais de um milhão de pessoas, este projeto da Associação dos Amigos do Museu Universitário é produzido pela Exato Segundo Produções Artísticas, com o patrocínio do Governo do Estado de Santa Catarina e da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte por meio do Funcultural. As ações contam ainda com a parceria da Universidade Federal de Santa Catarina via Secretaria de Arte (SecArte) e do Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral; da Fundação Catarinense de Cultura; da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes e da Secretaria de Educação de Florianópolis. O projeto tem o apoio da COTISA, da Rádio CBN Diário, da Cinemateca Catarinense e do Cia. Teatro em Trâmite.

A abertura do evento será no dia 16 de outubro, data em que Cascaes completaria 101 anos, com o primeiro show do projeto Festa pra Cascaes!, no jardim do Palácio Cruz e Sousa, das 12h às 14h, show da banda Francolino, formada por Denise de Castro, Marcelo Muniz, Baixinho, Jorge Lacerda, Silvia Beraldo, Carlos Augusto Vieira e Chico Thives, com convidados especialíssimos como Valdir Agostinho, seu Frankolino, dona Bilica e seu Maneca. Das 17h às 19h sobem ao palco Gentil do Orocongo e Trio do Engenho seguidos pela banda Francolino e a convidada Claudia Barbosa. No repertório, músicas populares e composições que abordam Franklin Cascaes e sua obra.

Confira toda a programação em www.exatosegundo.com.br/cascaes



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*Exposição Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência

Local:
Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina
Centro Integrado de Cultura (CIC)
Avenida Irineu Bornhausen, 5.600 - Agronômica
Florianópolis – Santa Catarina – Brasil - CEP 88025-202
Tel.: (48) 3953-2325 / 3953-2327 / 3953-2329

Visitação:
De 07 a 30 de outubro de 2009
Diariamente das 9h às 21h

Resultado de uma pesquisa de campo feita em 11 comunidades negras remanescentes dos quilombos no Brasil, abre na terça-feira (6), no Museu da Imagem e do Som, em Florianópolis, a exposição Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência.O registro fotográfico, inédito, foi realizado pelo fotógrafo documentarista André Cypriano em negativo convencional preto-e-branco tratado digitalmente.
A mostra busca divulgar a realidade das comunidades quilombolas brasileiras e incentivar o diálogo entre as comunidades afrodescendentes de cada região do país por onde passa, dando-lhes visibilidade e enfatizando as questões sociais, culturais, reconhecimento e participação social.
A exposição, que em Florianópolis tem o patrocínio da Petrobras com recursos da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e apoio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), é composta por 27 fotografias em preto-e-branco, no formato 50 cm x 75 cm; sete fotografias panorâmicas, no formato 40 cm x 110 cm, seis fotografias em preto-e-branco 30 x 40 cm, dois mapas, cinco painéis de textos e legendas.
A mostra, que começou a circular em 2006, foi concebida inicialmente para poucas cidades. No entanto, devido ao interesse de público e órgãos institucionais de cultura, já passou por 15 cidades brasileiras e seis cidades da América Latina - Assunção, Buenos Aires, Montevidéu, La Paz, Lima e Bogotá. Nesta nova fase, estão programadas 15 exposições em todo o País, entre elas no Metrô Sé, em São Paulo, em Campo Grande e em Porto Alegre.
A curadoria da exposição é de Denise Carvalho, produtora cultural e diretora da Aori Produções Culturais, empresa realizadora do projeto. O material original faz parte do livro Quilombolas - Tradições e Cultura da Resistência, com fotografias de André Cypriano e pesquisa de Rafael Sanzio Araújo dos Anjos.

Fonte: Comunicação/FCC
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*Ciclo Guitarrísimo - Instituto Cervantes Florianópolis
Oque: Quarteto Brasileiro de Violões: Suíte Ibéria
Quando: Dia 21 de Outubro, as 20h
Onde: Teatro Álvaro de Carvalho (TAC) - Floripa-Centro
Gratuito!

domingo, 11 de outubro de 2009

Nova Enquete no Blog

"Séria, seríssima, como sempre. Sinta-se a vontade para votar, a enquete está no final da página. Aqui o sufrágio é universal e o voto é secreto. Nenhum caso de fraude foi detectado até hoje. Aqui ninguém te faz de palhaço!"

Frase de Artério Arteiro, nosso esquizofrênico palhaço, pintando o rosto e visitando nosso blog minutos antes de entrar no picadeiro de seu circo.


Sétima Bienal do Mercosul

***Em Porto Alegre (No Armazém do Cais do Porto, na Fundação Iberê Camargo, no Espaço Santander Cultural e no MARGS).
***De 16 de outubro a 29 de novembro.
***Curadoria-geral da argentina Victoria Noorthoorn e do chileno Camilo Yáñez.
***Exposições coletivas, intervenções urbanas, Projeto Rádio Visual (criação de uma rádio da Bienal, que transmitirá entrevistas, divulgação da programação, obras artísticas sonoras, seminários e debates), Projeto Pedagógico (residência de artistas em comunidades do interior do estado e produção de um material pedagógico a ser distribuido em escolas públicas), além de seminários, debates, oficinas, etc.

***Mais informações no site da Fundação Bienal do Mercosul: http://www.fundacaobienal.art.br/




Dica!

-Editora Cosac Naify

www.cosacnaify.com.br/

*No site vocês poderão visitar a Loja Virtual, comprar livros, saber das novidades, lançamentos e acervo da editora, informações sobre livros, eventos culturais, etc.

A Editora:

Fundada em 1996 por Charles Cosac e Michael Naify, a Cosac Naify surgiu como uma editora voltada aos livros de arte: cinema, teatro, design, arquitetura, fotografia, dança, moda, monografias sobre artistas brasileiros e ensaios sobre história e teoria da arte.
A partir de 2001, foram criadas novas linhas editoriais, que oferecem ao leitor um repertório de obras clássicas da literatura universal, de autores contemporâneos e da literatura brasileira, além de ensaios de referência em filosofia, antropologia e crítica literária.
Essa ampliação do catálogo da editora contemplou também a produção infanto-juvenil. Em 2003, a Cosac Naify ganhou o Prêmio Jabuti de Livro do Ano, com o título Bichos que existem e bichos que não existem, de Arthur Nestrovski. Em 2006, foi a vez de Gabriel o Pensador levar o Jabuti por Um garoto chamado Rorbeto, ilustrado por Daniel Bueno. No ano seguinte, dez títulos da Cosac Naify conquistaram estatuetas do Jabuti 2007, coroando o décimo aniversário da editora. Entre eles, Lampião & Lancelote, de Fernando Vilela, eleito o "Melhor livro infantil", o "Melhor ilustração de livro infantil ou juvenil".
Todas essas vertentes encontram suporte na beleza e qualidade gráfica das edições, que buscam a singularidade de cada projeto. Em dez anos de existência, a Cosac Naify reafirma o seu compromisso: realizar uma intervenção cultural que preencha lacunas do mercado editorial brasileiro.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Aviso Jornal Arterizar número 02

-E aí pessoal, o Jornal Arterizar número 02 está em processo de diagramação durante esta semana. Até semana que vem ele deve estar pronto.

-Estamos organizando também a festa de lançamento dele, com exposições e apresentações artísticas.

-Em breve mais informações!

E "Vamô que vamô!"

Artista Catarina

-Luiz Henrique Schwanke
-Biografia

Joinvilense nasceu no dia 16 de junho de 1951. Desde criança demonstrava aptidão tanto para as artes (teatro e plásticas), como para a publicidade. Hoje, Schwanke é considerado um dos mais importantes artistas de sua cidade e um dos mais reconhecidos em Santa Catarina. Em pouco mais de 30 anos de produção não é possível quantificar o seu acervo. Atuou também como cenógrafo e ator.
Ainda na adolescência, recebeu prêmios com textos escritos para festivais de teatro amador que, na época, eram promovidos pelo governo do estado de Santa Catarina. Nas artes plásticas, seu primeiro reconhecimento foi conquistado com um desenho realizado em 1962, quando cursava o primário no Grupo Escola Rui Barbosa. Esse mesmo desenho participou do 11º Salão Nacional de Arte Infantil, promovido pela “Folha de São Paulo”, recebeu medalha de ouro em Santa Catarina e menção honrosa em São Paulo.
No início, realizava pinturas de cunho primitivista e fazia uso do pontilhismo para retratar a paisagem catarinense. Sua primeira mostra individual, com pinturas, aconteceu em 1969 na “Exposição de Flores e Artes de Joinville”.
Ainda em 1969, realizou um curso técnico de reportagem e jornalismo promovido pela Prefeitura de Joinville. No ano seguinte mudou-se para Curitiba, onde freqüentou durante três anos o curso de direito. No ano de 1974 formou-se em comunicação social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde entrou em contato com a história da arte, sendo esta, desde então, referência para sua produção. Sua atuação nessa cidade, onde trabalhou durante três anos como publicitário (1977-1980), e permaneceu por 15 anos, foi tão intensa que muitas vezes é citado como artista paranaense.
No período em que freqüentou a faculdade exerceu, em quatro gestões, o cargo de assessor cultural do Diretório Acadêmico Rocha Pombo do Paraná (Darpp), quando organizou quatro salões de artes plásticas realizados na Faculdade de Filosofia. Tais exposições contaram com a atuação de Adalice Araújo, João Ozório e Carlos Zimermann na comissão julgadora e com obras de artistas hoje reconhecidos, como Fernando Velloso.
Apesar de desde o final dos anos 1960 já possuir uma produção em desenho e pintura, o que lhe rendeu exposições e prêmios, somente em Curitiba Schwanke realmente despertou para a arte. Em detrimento do desenhista e do pintor com domínio metódico, nasceu o artista que não só se utilizou da técnica, mas foi muito além. Sua poética encontra-se calcada na busca pelo conhecimento, seja pela realização de cursos, seja por meio do vasto material bibliográfico do seu acervo, das constantes pesquisas às bibliotecas públicas de Joinville e Curitiba, ou mesmo em viagens a diversos museus do mundo.
Artista extremamente reflexivo, o que pode ser constatado não somente pela erudição que envolve sua obra, mas também por intermédio de seus escritos. Esses, por sua vez, revelam um fascínio pela luz, principalmente o tratamento dado no período barroco, mais especificamente nas obras de Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), e a influência exercida pelo contato com pop art, mais diretamente a produção de Andy Wahrol (1928-1987). Contudo, influências de outros movimentos da história da arte aparecem no decorrer de sua produção, como o neo-expressismo, o concretismo, o construtivismo e o minimalismo.
Realizou mais de 130 exposições, entre individuais e coletivas, e participou dos mais importantes salões nacionais, nos quais recebeu mais de 30 premiações, tendo sido o artista brasileiro mais premiado nos salões de 1985. Em 1989, foi selecionado por uma comissão composta por Paulo Sergio Duarte, Sheila Lerner, Evelyn Berg Iochpe e Frederico de Moraes a expor no Parque Lage, na Bienal do Rio de Janeiro. Em 1991, foi o único artista catarinense a participar da 21ª Bienal Internacional de São Paulo, estando entre os 51 artistas brasileiros selecionados dos 2.059 concorrentes de 58 países. Schwanke morreu em 27 de maio de 1992.
Apesar de pouco mais de 30 anos de produção, sua obra é tão numerosa, rica e diversa que até hoje compõe mostras de importância nacional e internacional. Com curadoria de Agnaldo Farias, em 1994, cinco obras de Schwanke integraram o segmento “A atualidade (1980 aos nossos dias)”, da Bienal Brasil Século 20, com curadoria-geral de Nelson Aguilar, que almejou contar a história da arte brasileira no século 20. Sua obra “Cubo de Luz”(montada, uma única vez, na 21ª Bienal Internacional de São Paulo) integra o livro comemorativo “Bienal 50 Anos”, da Fundação Bienal Internacional de São Paulo.Muito citado pela crítica, recebeu comentários e elogios de profissionais como Adalice Araújo, Agnaldo Farias, Harry Laus, Frederico Morais, Tadeu Chiarelli, Maria José Justino, Ricardo Resende, Walmir Ayala, João Henrique do Amaral, Janga, entre outros. Entre julho e setembro de 2005, uma seriação de perfis, compôs a exposição “Dor, Forma e Beleza – A representação criadora da experiência traumática”, realizada na Estação Pinacoteca, em São Paulo. A curadoria, de Olívio Tavares e Leopoldo Nosek, incluiu, além de Schwanke, artistas de renome nacional e internacional, como Antonio Dias, Ivan Serpa, Iberê Camargo, Leonilson, Karin Lambrecht, Waldemar Cordeiro e Cildo Meirelles.
Artista à frente do seu tempo, mesmo após sua morte seus trabalhos continuam a ser expostos ao lado de importantes nomes da arte contemporânea. Sua produção, apesar de ser tema de monografias, dissertações de mestrado e tese de doutorado ainda não foi, e provavelmente nunca será, completamente desvendada.

Fonte: Instituto Schwanke - htpp://www.schwanke.org.br (Vale a pena dar uma olhada).
-Obras:




sábado, 3 de outubro de 2009

Divulgação de Exposição

*Clique na imagem para ver maior.

-projeto 365, com as artistas Cassia Aresta, Helenita Peruzzo e Rosa Grizzo.

-Onde: Museu Histórico de Santa Catarina-Palácio Cruz e Souza, praça XV de Novembro, 227 Centro-Florianópolis

-Visitação: 09/10/09 a 28/10/09 - terça a sexta das 10h as 18h; sábado, domingo e feriados das 10h as 16h.

-Abertura: 08/10/09 das 19h as 22h

-Conversa com as artistas: 08/10/09, 18h. - No auditório do Museu Histórico de Santa Catarina, com a participação de Anita Prado Koneski, professora do CEART/UDESC.

sábado, 26 de setembro de 2009

Bate-papo sobre comunicação livre na UFSC

*Relato escrito por Léo, programador da Rádio Campeche. ( http://pradesterrofalar.wordpress.com/ )

Ontem dia, 24 de setembro, a rádio comunitária do Campeche juntou-se a outros grupos que agem na perspectiva da democratização da informação para um fórum sobre o tema. O encontro aconteceu no interior da V Semana de Integração do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, que propõe diversas atividades nas quais alunos, professores e técnicos possam interagir para além do espaço da sala de aula. Acontecem então mini-cursos, oficinas, apresentações artísticas, festas e debates como o que a rádio foi convidada a participar.

Além do convite para a rádio, foram chamados outros três grupos: o coletivo Arterizar, composto por alunos do curso de ciências sociais que têm interesse em expressar-se poeticamente e para isto elaboraram um jornal impresso e um blog (coletivoarterizar.blogspot.com), além de estar preparando novas edições do jornal e exposições de fotografias e desenhos.

Outro grupo é a rádio Tarrafa (radiotarrafa.libertar.org), grupo que está há dois anos preparando uma rádio livre na bacia do Itacorubi, e que prepara-se para iniciar as transmissões. Rádios livres, como explicou uma das componentes do grupo, é uma tentativa de usar a tecnologia de rádio atualmente disponível – que é acessível e avançada – para auxiliar as pessoas a se expressarem, sem mediações do poder econômico ou do Estado. Ela frisou também que esta atitude vai contra a divisão entre produtores e emissores de recepção de informação, colocada por grandes meios de comunicação existentes. Neles, poucos profissionais repassam – na forma de jornais, programas de rádio, conteúdo de TV ou internet – informações para muitos expectadores. A idéia da rádio livre seria então provocar as pessoas a organizarem-se e produzirem informação própria.

A rádio Campeche também se colocou um pouco neste sentido, acrescentando que a informação a ser produzida deve ter ênfase no olhar dos habitantes do sul da Ilha. Seja trazendo notícias da comunidade ou pensando a relação das notícias na cidade, no país ou no mundo a partir de como ela afeta a comunidade. Além disso, foi exposto um pouco do histórico da rádio desde o começo da mobilização para concretizá-la, em 1998, passando pela autorização para a transmissão em 2005 e a terceira gestão da diretoria executiva e conselho fiscal em 2009. Após explicar um pouco do funcionamento da rádio, fez-se uma relação entre os movimentos de democratização livre e comunitária, e se chegou à conclusão que, apesar de algumas práticas diferentes, a ação destes movimentos deve estar cada vez mais unida.

O último grupo componente da mesa foi o pessoal da revista eletrônica “Expressões Geográficas”, (www.geograficas.cfh.ufsc.br) composta por alunos da graduação e pós-graduação do curso de Geografia da UFSC, que explicou o surgimento da revista a partir de um contexto de privatização da produção do conhecimento e da necessidade de socializar os resultados de pesquisas e reflexões realizados no curso de geografia. Foi escolhida a internet como meio para realizar a revista, devido ao baixo custo e a acessibilidade a todos. A revista tem 5 anos e é feita anualmente.

Uma das preocupações dos componentes da revista é a questão da liberdade da internet, que está ameaçada pela legislação brasileira em trâmite no Senado Federal, conhecida como “lei Azeredo”, devido à atuação do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) como relator em 3 das 4 comissões pelas quais o projeto de lei já passou. No entanto, os movimentos pela internet democrática têm chamado esta lei de “AI-5 digital”, devido ao seu conteúdo repressivo, visando ao controle das ações na internet, com a justificativa de coibir a pedofilia e a troca de arquivos de mídia que estariam protegidos pela lei da propriedade intelectual.

Este ponto gerou o debate mais aceso após as exposições, pois há ainda pouca compreensão do que uma lei com este teor pode representar na realidade da comunicação brasileira e quais as estruturas e custos seriam necessários para garantir os mecanismos de vigilância na internet propostos.

Sobre a lei Azeredo: http://www.safernet.org.br/site/institucional/projetos/obsleg/pl-azeredo ou digite no google, pois vais encontrar bastante coisa…

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Coletivo Arterizar Falando...




O quê? - V Semana de Integração do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) da UFSC
Tema:Qual Universidade Precisamos?
De 22 a 25 de Setembro/2009

-Atividade: Fórum "Comunicação Livre"
-Quando: Sexta-Feira, 25/09/09 (amanhã) - Das 20:20 até 22:00 horas.
-Convidados: Coletivo Rádio Tarrafa, Revista Expressões Geográficas, Coletivo Rádio Campeche e Coletivo Arterizar.
-Onde: Auditório do CFH/UFSC





quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Poesias



*De Raul Machado

Teias que Transbordam


Transbordam
Taças de vinho

Transbordam
Também idéias e caminhos

Transbordam
Taças de vinho

Transbordo
Eu!

Insisto!
Além da borda

Só o tempo pereceu...

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Sorriso Molhado da Morte


As lamúrias
Que fiz na face escorrer
Me afogam em escuros
Que escolhi me perder

Sorrio e rio
A beira do rio
Salgado da morte

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Desjejum


Do copo de café
Disposto elegante
Reflexo inquietante
De algo que não o é

Minha própria
Ilusão
Em face feia é imprópria
E observa-me do chão

Tomo
Cuspo
Levanto
Toma-te um susto!

Aquele eu
Já me esqueceu...

E sumo
Com sumo
Eu mesmo

Pois já amanheceu.

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Strip-Tease


A calcinha
Não seria fetiche
Se a calça
Não existisse
.........
........
.......
A nudez
Nada seria
Se não fosse
Pelas roupas
Que lhe cobrem
O pudor
O desejo
A mentira
......
.....
....
A loucura só insiste
Por que o tédio persiste.
...
..
.

------------------------------

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Arte-educação

*Trechos do texto "A Arte no Espaço Educativo", de Raimundo Matos de Leão.

"Precisamos levar a arte que hoje está circunscrita a um mundo socialmente limitado a se expandir, tornando-se patrimônio da maioria e elevando o nível de qualidade de vida da população."
Ana Mae Barbosa (1991: 6)

Para que esta afirmação se torne uma realidade, acreditamos que é através do espaço educativo que se possa efetivamente dar uma contribuição no sentido de possibilitar o acesso à arte a uma grande maioria de crianças e jovens.

Contudo, o que se percebe é que o ensino da arte está relegado ao segundo plano, ou é encarado como mera atividade de lazer e recreação. Desde o profissional contratado, muitas vezes tendo que lidar com os conteúdos das linguagens de forma polivalente, até o pequeno número de horas destinadas ao ensino das linguagens artísticas, a expansão de que nos fala a professora Ana Mae Barbosa se torna canhestra, quase sempre inexistente.

Desde 1971, pela Lei 5692, a disciplina Educação Artística torna-se parte dos currículos escolares. Muitas experiências têm acontecido, mas no contato direto com professores, diretores de escola e coordenadores pedagógicos, as intenções parecem apontar para um caminho interessante, mas é no confronto com a prática pedagógica no campo da arte que se nota a grande distância entre teoria e prática. Muitos equívocos são cometidos e a questão passa batida na maioria das vezes em que se questiona as vivências com a arte.

Diretores de escola, coordenadores e professores devem estar preparados para entender a arte como ramo do conhecimento em mesmo pé de igualdade que as outras disciplinas dos currículos escolares. Reconhecendo não só a necessidade da arte, mas a sua capacidade transformadora, os educadores estarão contribuindo para que o acesso a ela seja um direito do homem. Aceitar que o fazer artístico e a fruição estética contribuem para o desenvolvimento de crianças e de jovens é ter a certeza da capacidade que eles tem de ampliar o seu potencial cognitivo e assim conceber e olhar o mundo de modos diferentes. Esta postura deve estar internalizada nos educadores, a fim de que a prática pedagógica tenha coerência, possibilitando ao educando conhecer o seu repertório cultural e entrar em contato com outras referências, sem que haja a imposição de uma forma de conhecimento sobre outra, sem dicotomia entre reflexão e prática.

O ensino da arte deve estar em consonância com a contemporaneidade.

O ensino da arte rompe barreiras de exclusão, visto que a prática educativa está embasada não no talento ou no dom, mas na capacidade de experienciar de cada um. Dessa forma, estimula-se os educandos a se arriscarem a desenhar, representar, dançar, tocar, escrever, pois trata-se de uma vivência, e não de uma competição. Uma proposta em arte que parta deste princípio traz para as suas atividades um grande número de interessados. Estas crianças e estes jovens se reconhecerão como participantes e construtores de seus próprios caminhos e saberão avaliar de que forma se dão os atalhos, as vielas, as estradas. A arte fará parte de suas vidas e terá um sentido, deixando de ser aquela coisa incompreensível e elitista, distante de sua realidade.

A concepção de arte no espaço implica numa expansão do conceito de cultura, ou seja, toda e qualquer produção e as maneiras de conceber e organizar a vida social são levadas em consideração. Cada grupo inserido nestes processos configura-se pelos seus valores e sentidos, e são atores na construção e transmissão dos mesmos. A cultura está em permanente transformação, ampliando-se e possibilitando ações que valorizam a produção e a transmissão do conhecimento. Cabe então negar a divisão entre teoria e prática, entre razão e percepção, ou seja, toda fragmentação ou compartimentalização da vivência e do conhecimento.

De que forma a escola pode considerar na sua programação vivências onde o lúdico essencial esteja presente? Reconhecendo a arte como ramo do conhecimento, contendo em si um universo de componentes pedagógicos. Os educadores poderão abrir espaços para manifestações que possibilitam o trabalho com a diferença, o exercício da imaginação, a auto-expressão, a descoberta e a invenção, novas experiências perceptivas, experimentação da pluralidade, multiplicidade e diversidade de valores, sentido e intenções.

Um programa educacional não pode tornar a arte num elemento decorativo e festeiro.

"Como a matemática, a história e as ciências, a arte tem domínio, uma linguagem e uma história. Se constitui portanto, num campo de estudos específicos e não apenas em meia atividade [...] A arte-educação é epistemologia da arte e, portanto, é a investigação dos modos como se aprende arte na escola de 1° grau, 2° grau, na universidade e na intimidade dos ateliers. Talvez seja necessário para vencer o preconceito, sacrificarmos a própria expressão arte-educação que serviu para identificar uma posição e vanguarda do ensino da arte contra o oficialismo da educação artística dos anos setenta e oitenta. Eliminemos a designação arte-educação e passemos a falar diretamente de ensino da arte e aprendizagem da arte sem eufemismos, ensino que tem de ser conceitualmente revisto na escola fundamental, nas universidades, nas escolas profissionalizantes, nos museus, nos centros culturais a ser previsto nos projetos de politécnica que se anunciam."
Ana Mae Barbosa(1991: 6-7)

Encontros, seminários e simpósios são promovidos, tendo como princípios que o entendimento da arte no espaço educativo passa pelo conhecimento da sua história: origens, propostas, criação de escolas, inserção nas leis de diretrizes e bases, nas universidades e suas relações com a história do país. É conhecer pensadores, teorias, abordagens, propostas. Identificar seus principais temas: fazer espontâneo, aprendizado de técnicas, história da arte, polivalência, arte tradicional, popular, folclore, arte contemporânea, integração. Além disso, articulá-la com outras disciplinas e com a pedagogia: métodos, etapas, esquemas. Ou com a sociologia: cultura, sociedade, épocas. Ou ainda com a história da arte: estilos, correntes, concepções, vertentes; e também com a antropologia: cultura, valores e sentidos culturais. Como é um universo amplo, uma vez que diz respeito ao que é humano e envolve o fazer e o pensar, o ensino da arte não poderia deixar de interagir com outras áreas do conhecimento. Dessa forma, o trabalho de produção e ensino da arte a ser desenvolvido pela escola deverá configurar-se numa concepção onde arte e educação sejam práticas que se relacionam com outras, pretendendo a criação de novas práticas na arte e na vida.

*Raimundo Matos de Leão, Licenciado em História e Teatro pela UFBA. Escritor, ilustrador de livros infantis e professor de arte.

*O texto completo você encontra em: http://caracol.imaginario.com/paragrafo_aberto/rml_arteduca.html

Divulgação



-Cinema, teatro, artes visuais, dança, música, moda, design, arquitetura, sarau, oficinas, debates, ação educativa e ação social.

Quando: De 21 a 26 de Setembro/2009

*Mais informações, locais e horários dos eventos em: http://www.semanaousada.ufsc.udesc.br/

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fotografia

*Exposição "Lançamento Jornal Arterizar número 01" - Junho de 2009, por Gustavo Costa.


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Madrugada de Férias


Um vento preguiçoso
Em grave crise de identidade
Já não desarruma mais cabelos
Nem por maldade

E a lua, intacta, que sorria
Contemplando belo sonho
Serenamente dormia
De costas viradas p’ra cidade

...
...
...
Etc...

Pois era noite cansada
Quase dia, quase nada
E foram quase dez estrelas
Que engoli em uma só bocejada

Ela, a madrugada, enfim me disse:
- Vista-se de mim e fique, se quiser,
Que eu vou dar é no pé!
Aqui, dentro de mim, enfim
Aconchegando-se
Poema: Raul Machado
Ilustração: Fernando Bijos

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Divulgação de Evento!

(Drago, de Alejandro Xul Solar - 1927)

O que: II Colóquio História e Arte: Imagens da América Latina
Quando: De 16 a 18 de Setembro/2009
Onde: UFSC - Campus Trindade: Auditório da Reitoria e Auditório do CFH
Quanto: Entrada Franca

-Programação:

Auditório da Reitoria

-Dia 16/09

19:00 - Conferência de aberturaEntre verdades iconográficas e ficções da representação - a fotografia na construção de um conceito de América Latina (século XIX) / Boris Kossoy - USP
Comentário / Henrique Pereira Oliveira - UFSC


Auditório do CFH

-Dia 17/09

9:00 - 12:00 ->1ª Mesa: Imagens literárias
Chile cautivo / Horácio Gutierrez - USP
"Ao sol, nas bancas de revistas" - Os livros de bolso de Corin Tellado em tempos de censura / Maria Teresa Santos Cunha - UDESC
Despaisados / Ana Brancher - UFSC
Mediador: Fabio Feltrin

14:30 - 17:00 ->2ª Mesa: Políticas da Escrita, da Imagem e da Memória
Impressos a serviço do amor: Uma construção das sensibilidades conjugais nas literaturas de civilidade / Cristiane Cecchin - PPGHST
Vanguarda artística em Florianópolis / Lucésia Pereira - PPGHST
A influência de Graça Aranha no pensamento de Elysio de Carvalho / Clarice Caldini Lemos - PPGHST
O Brasil latino-americano de Poty Lazzarotto / José Augusto Alves Neto - PPGHST
Mediador: Mário Cesar Coelho

19:00 - 22:00
3ª Mesa: Arte Moderna
Relatos sobre el Arte latinoamericano: la (falsa) totalidad / Diana Wechsler - CONICETUma história portátil da pintura e suas formas avariadas / Rosangela Cherem - UDESC
Etnologia da arte moderna: conceitos pluralistas funcionais, figuras multisensíveis / Raul Antelo - UFSC
Mediador: Lucésia Pereira

-Dia 18/09

9:00 - 12:00
4ª Mesa: Paisagens Latino-Americanas
Roberto Burle Marx e a construção do Jardim Moderno no contexto Latino-Americano / Cesar Floriano dos Santos - UFSC
Acrescentar ou Extrair: duas estratégias contrapostas de apropriação do território e construção de paisagens / Eduardo Castells - UFSC
Uma leitura da paisagem a partir de Julio Cortázar / Mario Cesar Coelho - UFSC
Mediador: Elisiana Trilha Castro

14:30 - 17:00
5ª Mesa: Políticas da Imagem da Escrita e da Memória
Olhos que queimam / Fabio Feltrin de Souza - PPGHST
Tornar a própria existência uma guerra: ética e subjetividade no Punk / Everton Moraes - PPGHST
Errâncias do olhar na obra de Hélio Oiticica / Ana Lucia Vilela - PPGHST
Uma reflexão sobre a estética dos cemitérios alemães e a morte contemporânea / Elisiana Trilha Castro - PPGHST
Mediador: Ana Brancher

19:00 - 22:00
6ª Mesa: Modernidade e Utopia
América Platina: artes visuais e projeções utópicas / Maria Lucia Bastos Kern - PUC/RGS
Linguagem e utopia: o caso Xul Solar / Nestor Habkost - UFSC
A angústia de Adão na América / Maria Bernardete Ramos Flores - UFSC
Mediador: Ana Lucia Vilela

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*Comisão Organizadora: Ana Lice Brancher, Angela Salvador, Clarice Caldini Lemos, Cristiane Cecchin, Fabio Feltrin, Guilherme de Almeida Américo e Lucésia Pereira.

*Promoção de: Linha de Pesquisa Políticas da Escrita, da Imagem e da Memória, Programa de Pós-Graduação em História, e Laboratório de História e Arte.

*Apoio: CAPES e UFSC

Depois do susto, o aviso

EU arterizo
TÚ arterizas
ELE/ELA arteriza
NÓS arterizamos
VÓS arterizais
ELES/ELAS arterizam

Dê um susto na gramática, chame-a de dramática.
Bú!

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Em breve informações sobre o lançamento do Jornal Arterizar número 02.

11 de Setembro

Faz lembrar-me que faltam 111 dias para o fim do ano no calendário gregoriano, e que dia 23 de Setembro começa a primavera.

Ah...a Primavera

Atenciosamente,
Artério Arteiro - o homem do tempo.

Isto não me cheira bem...

*Por Raul Machado e Artério Arteiro

O cheiro de podre
Não é daquele queijo...

To avisando!

Ah, que saudades!
De quando queijo rimava com beijo

Meu olfato tem a memória
De uma nega-maluca
Na glória

De louça com detergente
Quando fui
Criança inconseqüente

De chuva com grama
Quando na infância
Ela disse, com selinhos, que me ama

De perfume
Quando de noite
Minha elegância enfim se assume

De vento
Quando a claustrofobia
Deixa-me um pouco tenso

De vinho
Quando escrevo merda
E me arrependo, ou não,
Mas sempre sozinho.

E o podre?

As baratas de gravatas
Já jantaram. E você?

Já te serviram coisas piores
E teve quem comeu
Sem pormenores...

Ah, que saudades,
De quando queijo rimava com beijo.

(Artério Arteiro incorporado em Raul Machado através de uma sessão de vinho chileno, confirmando o aparecimento de um fungo altamente nocivo no Ser, ou não ser, Humano).

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Hein!?

Já é sete de Setembro
E ainda não acharam a Independência

Deve estar de pantufas por aí...

Atenciosamente,
Artério Arteiro

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Imagem


*De Fernando Bijos



-Artério Arteiro, pedindo carona para a reunião do Coletivo Arterizar. (Diz ele que não viu Fernando desenhando-o nesta pose e que sua elegância é natural)

Artério Arteiro Exibido

*Coletivo Arterizar na mídia:

-Jornal Diário Catarinense, de 25 de Agosto/2009, por Marcos Espindola - Link: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2629964.xml&template=3916.dwt&edition=12987&section=1315


-Jornal ANotícia, de 21 de Agosto/2009, por Rubens Herbst - Link: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2625250.xml&template=4191.dwt&edition=12962&section=1186

Poemas

*De Raul Machado

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A Bruxa dos Araçás


Em casa
Que de tão cinza
Perde-se em dias nublados
Mora um mistério
Vulto de um só lado
Sombra de candelabro

É a velha
Sozinha menina
Que nunca sai
E é isto que mais assusta
Pois na garagem há um Fusca
E como se fosse algo que importa
No carro ainda há quatro portas

Agora não me leve a mal
Para quê, minha senhora?
Se há tantas vassouras
Em seu pálido quintal?

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Natureza Humana


A moça que planta pés
De natureza
É uma centopéia
De rara beleza

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Divulgação de Exposição


-O que:Galeria de Arte da UFSC 20 anos: 1989 a 2009 - E 15 anos de AAPLASC
Exposição COLETIVA DA AAPLASC - Homenagem a Max Moura

-Quando: De 26/08 a 25/09/2009 (De segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min)
-Onde: Galeria de Arte da UFSC - Centro de Convivência, térreo. Campus Universitário Trindade - Florianópolis/SC.
-Quanto: Gratuito




Pré-Calendário

-Meados de Setembro: Lançamento e distribuição do segundo número do Jornal Arterizar. Festa de lançamento com exposições de poemas, ilustrações, fotos e apresentação musical dos integrantes do Coletivo Arterizar (Data e local a confirmar. Em breve mais informações)

-19 a 23 de Outubro (Semana de Ciências Sociais na UFSC): Exposição de artes visuais no hall do CFH.

-Novembro: Previsão de lançamento do terceiro número do Jornal Arterizar.

*Continuem acompanhando nosso blog. Este é apenas um pré-calendário, estamos organizando outras atividades como exposições, recitais de música, saraus, intervenções artísticas, etc. Além disto vocês podem acompanhar por aqui outros trabalhos dos nossos integrantes e também divulgações de trabalhos e eventos da arte catarina e de Floripa.

*Continuamos em busca de patrocínios para que possamos materializar o nosso Jornal Arterizar com cada vez mais qualidade. Quem se interessar ou tiver sugestões de interessados, entre em contato conosco através de nosso e-mail.

Até mais!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aviso


*por Artério Arteiro


Os integrantes do Coletivo Arterizar estão indo hoje a tarde para Penha/SC, no QG de produção, para finalizar o conteúdo do segundo número do Jornal Arterizar, montar duas exposições para este semestre e muito mais que pipocar da cabeça deles. Estou indo nessa também, com certeza! Voltamos no domingo (23/08) e semana que vem postaremos aqui no blog o nosso calendário para o restante de 2009 e mais novidades. Fiquem espertos!


Beijos Coloridos em todos vocês.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"A Arte que Perturba e que Suja" & Banksy



"A Arte que Perturba e que Suja", de Raul Machado




No dia 30 de Junho uma portaria emitida pela "ilustríssima" Prefeitura de Florianópolis determinou a proibição e definitiva retirada dos artistas de rua dos semáforos da cidade. Um engenheiro, o "inteligentíssimo" secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Floripa, vomitou baldes de merdas para justificar a proibição. Para ele, os artistas, os malabaristas, os palhaços, as estátuas vivas e outros manifestantes da arte de rua, ao trabalharem nos semáforos das vias "públicas" (pública? onde?) estariam sujando a cidade (arte suja, outdoor de propagandas comerciais não...malabaristas sujam, shoppings em mangues não, e por aí vai esta bela linha de raciocínio), perturbando a ordem (que ordem? que perturbação?), e pior...a maioria destes artistas são estrangeiros, argentinos, e não legítimos brasileiros de boa estirpe....(Isso me lembra aquele caso do moleque justificando a violência contra uma mulher, afirmando que ela era puta, aí pode!)
O artista que for flagrado fazendo arte no semáforo (parece irônico né?), terá seu material recolhido e terá que pagar uma multa no valor de 1 salário mínimo, no caso de reincidência o artista terá que assinar um termo circunstanciado na delegacia e, por fim, na terceira vez o artista será preso. Crime? Fazer arte na rua.
É isso aí Floripa...vamos limpar a cidade, instaurar a ordem, e varrer a cidade destes estrangeiros - Vamos prender artistas e proibi-los que façam arte. Vamos encher nossas ruas daquilo que é próprio delas: a beleza dos carros, a ordem das placas comerciais, a limpeza das fumaças e do concreto que brota do asfalto. Tão lindo...PQP hein!?

No dia 05 de Agosto, última quarta-feira, cerca de 20 artistas organizaram uma manifestação em repúdio à esta decisão da prefeitura. Repasso aqui o link com a reportagem que saiu no jornal Diário Catarinense sobre a manifestação: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2607843.xml&channel=65



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Para ilustrar este post, coloco aqui abaixo várias imagens de intervenções artísticas produzidas através de Stencil nas ruas de Londres, pelo grande artista inglês Banksy. Porque há relação com o texto acima e ao mesmo tempo por ter um forte teor crítico. Mais informações sobre o autor destas intervenções você encontra aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Banksy