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*Blog Raul Machado: http://raulmachado.blogspot.com/


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Avisos, Poema e Divulgações

*Livro "Alegre Vômito", de Raul Machado: Ainda há exemplares do livro a venda. Se você for de Floripa, entre em contato através do nosso email coletivoarterizar@yahoo.com.br e peça o seu. Se não, entre no site da editora e compre direto com eles: www.editorazouk.com.br

*Jornal Arterizar 03: Em breve será publicado aqui no blog.

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*Poema, de Raul Machado.

Olhos de Boquete



Olhos negros
Mergulhados em branco mar
Engolem-me

Olhos furiosos, profundos,
Compenetrados
Em gemido meu

Olhos de canto de olho
Que me comem por inteiro

Olhos trêmulos
Como minha mão
Que treme de tesão

Que significa
Teus olhos mudos
Como tua boca
Tão cheia de pica

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*Divulgações

-Exposição "CASA", de Lucila Vilela.

O quê: Exposição CASA
Quando: de 14 a 30 de outubro, às quintas, sextas e sábados
Onde: Rua Acadêmico Reinaldo Consoni, 122, Córrego Grande - Florianópolis, SC
Horário: das 20h às 24h
Evento Gratuito
Mais informações: http://expo-casa.blogspot.com/

-Violão na Biblioteca - Projeto Ponteio UDESC, com participação do nosso integrante Caio Marques.

O quê: Série "Violão na Biblioteca
Quando: 28 de outubro de 2010, às 17h30
Onde: Sala Grande da Biblioteca Central
Entrada Gratuita

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Feira do Livro Anarquista - Porto Alegre


-PROGRAMAÇÃO
Sexta (5 de novembro)
Lançamento de livros e confraternização
Horário: a partir das 19:00
Dias de Guerra, Noites de Amor – Crimethinc
Zonas Autônomas – (vol. 2) – Hakim Bey
Sábado (6 de novembro)
Oficina
Costura de Livros sem frescura
Horário: 11:00 ao 12:30
Proponente: Editora Deriva
Almoço
Horário: A partir das 13:00
Bate-papo
Anarquismo e Geografia
Horário: 14:30 – 16:00
Convidado: Dilermano Cattaneo
Bate-papo
História pelos Anarquistas
Horário: 16:30 – 18:00
Convidado: Anderson Romário Pereira Corrêa
O saber histórico serve para compreender e explicar o processo pelo qual as sociedades e os indivíduos passaram para chegar a ser o que são hoje. Conhecer este processo é um dos pressupostos para poder agir sobre ele. O saber histórico serve também como discurso para justificar ações e posturas presentes. O texto “A história na visão de anarquistas” pretende conhecer como alguns anarquistas “clássicos” pensavam a História. A modesta intenção do texto é provocar a discussão entre aqueles que se identificam com o anarquismo e que procuram referências teóricos e metodológicos para seus estudos em História.
Filme e bate-papo
Acratas
Horário: 19:00
O documentário reconstói narrativamente a experiência dos “anarquistas expropiadores” no Rio da Prata dos anos 30. Documentário independente realizado com fotografias, filmes de época, materiais de arquivo e testemunhos de sobrevivientes.
Conta também com intervenções do historiador anarquista Osvaldo Bayer, quem tem escrito sobre o fenómeno dos anarquistas expropiadores, Abel Paz, historiador da revolução espanhola e do intelectual ítalo-uruguaia Luze Fabbri.
Domingo (7 de novembro)
Oficina
Stencil
Horário: 10:00
Proponente: Alisson
Almoço
Horário: A partir dás 13:00
Bate-papo
Anarcologia e Protopia
Horário: Das 14:30 às 16:00
Convidado: Alt
Um papo sobre saberes anarquizantes (Anarcologia). Sobre ações históricas em favor da autonomia e experiências comunalistas: das barricadas de Comuna de Paris aos Caracóis da Selva Lacandona. Embates territoriais em contextos de ampliação do aparato de repressão e controle no contexto urbano. Possibilidades protópicas, a estratégia das zonas autônomas, formas de libertação da imaginatividade.
Bate-papo
Política e anarquismo
Horário: 16:30 – 18:00C
onvidado: Bruno Lima Rocha
Bate-papo
Feminismo e Anarquismo
Horário: 18:30 – 20:00
Convidado: Ação Antisexista
Propomos um diálogo sobre as conexões entre anarquismo e feminismo.Existe anarquismo sem feminismo? Qual a importância dos principios libertários para o feminismo contemporâneo?Estaremos também lançando os zines Nem Escravas Nem Musas #2 e Reajindo – Defesa pessoal para mulheres de todas as idades.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Poemas saídos do forno

*de Raul Machado.


Em Tempo

Eu sinto o tempo
Tão encoberto
De minutos

Atormentando
Encucados Cucos
Que já saíram
Da casinha


Desamor Surreal

Meus sonhos
São recheados
Do seu rosto

Já estou ficando
Com sono disto

E de barriga cheia.



Exageros Alcoólicos

Memória cega
De fotografias borradas
Que giram e voam
Como fantasmas
De decência decadente

Vômitos reais
De uma noite falsa

Que já não sinto mais.


O Vento

O vento me sopra
Segredos do universo
E restos de mim inteiro
Varre-me por dentro
E canta-me a mais bela
Ópera


O Choro Triste – poema escuro

Minhas lágrimas
Tão invisíveis para ti
Insignificante rio de tristeza
Não lava a alma
Amassa a cara
E me tira a calma

Minhas lágrimas
Mesmo escondidas
Por entre sorrisos
Abraços
E simpáticos cumprimentos
Ainda estão aqui
Dentro de mim

Enferrujando um pretenso homem de ferro

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

*Textos de Raquel

blá.

Novamente a fuga no meio delas, o velho e gasto tema da escrita, a música abençoando metáforas ruins. Acendeu outro cigarro, esmagando sem perceber o filtro entre os dentes; rangia os dentes há muito tempo, mas nunca como nas últimas semanas. O maxilar doía, e abrir a boca era um esforço enorme que não valia a pena. Deixara há algum tempo as palavras de lado, agonizantes e tristes como os sonhos no maldito verão que a sufocava todas as noites. As suas palavras, os pequenos fôlegos, sorrisos internos de dentes tortos, os pedaços de si que conseguia achar um pouco menos horrorosos que todo o resto. As abandonou assim, pretensiosa, querendo encarar a "realidade", no máximo auxiliada por bons autores canônicos. Não precisava de tudo aquilo, da gestação maldita, do isolamento e dos infinitos cigarros. Não precisava escrever, ofício inútil e sem perspectiva, não precisava fingir que sabia sua língua nativa, tudo o que precisava era ler, espreguiçar-se apática sobre um livro qualquer, encarnar escritores já reconhecidos, comer compulsivamente as palavras de outros sem nunca preocupar-se com as suas próprias. Não precisava abrir a boca e sentir a dor do maxilar ressonando com as outras dores, não precisava de palavras para além do utilitarismo preguiçoso do dia a dia. Como se ele bastasse, como se café maquiagem lenços detergente lençóis limpos pão de forma cigarros condicionador pasta de dente vestidos computador lugares-comuns elevador passagem de ônibus guarda chuva bibelôs aspirador de pó cumprimentos cortinas secador de cabelo pudessem a liberar da maldita gana, do suspiro interminável no peito , do desejo por elas, deusas e rainhas, construtoras de mundos mais coloridos, pulsantes. Queria voltar para as palavras para não ter que lidar com o mormaço, o nada corrosivo e áspero de um mundo sem poesia, sem arrebatamentos, sem sexo, um mundo acadêmico com cheiro de marfim e lustra móveis.

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Em Suspenso

Entre os ganchos na pele podia sentir escorrendo macio o sangue pelas costas. Enquanto estava ali pendurada, pensava no que a levara até ali. No que juntou-se lentamente, crescendo, afiando-se aos poucos, tornando o metal brilhante cada vez mais atraente, o seu toque frio numa carícia, a dor pulsante em cócega. Se perguntava quanto tempo duraria, o quanto poderia concentrar o peso num gancho só, a apenas um átimo de romper tecidos, espalhando sangue e pedacinhos de gordura pra todo lado. Lembrou de suas primeiras tentativas, quando ainda não sabia que a dor do rompimento era pouco maior que a da perfuração em si, o que resultou numa grande marca no pulso. Sentia as ondas de calor, principalmente nas escápulas, com os ganchos perto dos ossos. Puxava a corda silenciosamente, a tensão na pele aumentando aos poucos. O momento crucial e tão assustador toda vez : a possibilidade de voar ou de cair sangrando num universo de dor surda. Às muitas sensações se misturavam pensamentos perdidos que ela só conseguia alcançar a pelo menos quinze centímetros do chão. O cabelo roçava levemente na nuca, o suor frio escorrendo em seus ouvidos como lágrimas ao contrário. Era hora de começar a se mover. As pontas dos dedos primeiro, tímidas, seguidas dos pulsos girando devagar, restituindo a cor às mãos brancas salpicadas de vermelho. Não queria encontrar deus, ou o vazio, não queria provar a ela mesma que era possível, não queria os jorros de endorfina, só queria por alguns momentos deixar aquele piso odioso e comum.

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*Mais escritos da Raquel no blog http://www.giroposcentral.blogspot.com/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Festa Ciências Sociais e Rádio Tarrafa / Exposições de arte

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*Museu Histórico de Santa Catarina convida: Exposições de Outubro

-"Decalcadas", com Mariana Longo

-"Som e Fúria", com Renata Pedrosa

O Museu Histórico de Santa Catarina divulga as exposições de outubro de 2010, que contempla duas artistas residentes em São Paulo: Renata Pedrosa e Mariana Longo.

Renata Pedrosa apresenta a instalação “SOM E FÚRIA”.
Composta de quatro caixas de som sobre tripés dispostas uma em cada canto da sala de exposição; cada caixa emite o som de uma voz recitando um trecho literário em looping; para cada caixa de som, uma voz diferente. Do teto descem folhas em branco, de papel japonês ultra-fino (cada uma medindo 5 m de comprimento). A artista procurou criar um diálogo da obra com o espaço do Museu, eliminando os painéis, que inicialmente seriam utilizados para fixar as folhas de papel, deixando-as flutua livremente entre as colunas da sala.
Cada uma das quatro vozes reproduzidas nas caixas de som lê o mesmo texto, mas em ritmos diferentes.
No centro da sala fica difícil compreender o texto uma vez que as narrações se sobrepõem; aproximando-se dos cantos da sala é possível escutar com um pouco mais de clareza uma das versões do texto que, com o tempo, perde o sincronismo em relação às demais. Os papéis ultrafinos e em branco, pendurados no teto, balançam sutilmente quando existe qualquer deslocamento de ar próximo às folhas, dado pelo movimento das pessoas que caminham em direção aos cantos da sala.

Renata Pedrosa é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie, São Paulo/SP e Doutoranda em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP/SP. Com uma produção de arte contemporânea, a artista possui um vasto currículo com exposições individuais e coletivas no Brasil e exterior. Participou do 10º Salão Paulista de Arte Contemporânea em 2002 e realizou mostras individuais no MAC Ibirapuera, CCBB em São Paulo, Zone Gallery, em Nagoya no Japão e nas Galerias Vermelho e Virgilio, em São Paulo, entre outras.


Mariana Longo apresenta a exposição “DECALCADAS”.
A artista define a mostra como uma série de trabalhos artísticos desenvolvidos a partir do uso da imagem do decalque. As imagens utilizadas referem-se ao universo doméstico e feminino, com figuras de flores e frutas.

Em alguns trabalhos, a pintura simula o adesivo colado ao avesso, apresentando uma camada branca, que esconde toda a figuração esperada. Uma fina camada de verniz sobrepõe a imagem, aludindo a matéria plástica do adesivo.

Sobre uma pequena mesa, várias garrafas adesivadas com o decalque mostrando o seu avesso, ficando possível ver o lado direito da imagem, apenas pelo interior do objeto. As garrafas recebem uma camada de verniz fosco e no seu inteiro contém um texto enrolado, do artista Franz Krajcberg *, dispostos como mensagens jogadas ao mar.
* Na guerra presenciei a destruição do homem. Depois descobri também a destruição do homem (...) Com toda essa minha experiência de vida, como eu poderia fazer vasinhos com flores para colocar na sala de jantar?

No tríptico “Decalcadas (tatuagem)”, desenhos de corpos em situação de repouso, recebem colagens do adesivo sobrepostos, e colados sobre papel colorido. Aqui a imagem do decalque é usada no lado direito, e a temática trabalhada é a questão do corpo, da colagem e suas referências.

Mariana Longo vive e trabalha em São Paulo. Artista plástica formada pela Universidade de São Paulo, na Escola de Comunicações e Artes, em 2007. Especialista em Arte e Educação pela mesma universidade em 2009. Trabalha com temas ligados à visualidade do universo doméstico e o corpo nesse espaço, em sua pesquisa utiliza diferentes linguagens, como pinturas, desenhos e objetos. Desde 2002, já expôs em diferentes cidades do Rio Grande do Sul, com menção honrosa pela Fundarte, em Santos, Ribeirão Preto e São Paulo.

-Visitação: 08/10/10 a 31/10/10, de terça a sexta, das 10h às 18h.
-Sábado e domingo, das 10h às 16h.
-Conversas no Museu com a artista Renata Pedrosa.
-Dia 07/10/10 – Quinta-feira às 18hs
-Local: Auditório do museu
-Aberto ao público

MUSEU HISTÓRICO DE SANTA CATARINA
Palácio Cruz e Sousa - Praça XV de Novembro, 227 - Centro - 88010-400 - Florianópolis - SC
Fone:(48)3028-8091 - mhsc@fcc.sc.gov.br
mhscconvida@fcc.sc.gov.br
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