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sábado, 26 de setembro de 2009

Bate-papo sobre comunicação livre na UFSC

*Relato escrito por Léo, programador da Rádio Campeche. ( http://pradesterrofalar.wordpress.com/ )

Ontem dia, 24 de setembro, a rádio comunitária do Campeche juntou-se a outros grupos que agem na perspectiva da democratização da informação para um fórum sobre o tema. O encontro aconteceu no interior da V Semana de Integração do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, que propõe diversas atividades nas quais alunos, professores e técnicos possam interagir para além do espaço da sala de aula. Acontecem então mini-cursos, oficinas, apresentações artísticas, festas e debates como o que a rádio foi convidada a participar.

Além do convite para a rádio, foram chamados outros três grupos: o coletivo Arterizar, composto por alunos do curso de ciências sociais que têm interesse em expressar-se poeticamente e para isto elaboraram um jornal impresso e um blog (coletivoarterizar.blogspot.com), além de estar preparando novas edições do jornal e exposições de fotografias e desenhos.

Outro grupo é a rádio Tarrafa (radiotarrafa.libertar.org), grupo que está há dois anos preparando uma rádio livre na bacia do Itacorubi, e que prepara-se para iniciar as transmissões. Rádios livres, como explicou uma das componentes do grupo, é uma tentativa de usar a tecnologia de rádio atualmente disponível – que é acessível e avançada – para auxiliar as pessoas a se expressarem, sem mediações do poder econômico ou do Estado. Ela frisou também que esta atitude vai contra a divisão entre produtores e emissores de recepção de informação, colocada por grandes meios de comunicação existentes. Neles, poucos profissionais repassam – na forma de jornais, programas de rádio, conteúdo de TV ou internet – informações para muitos expectadores. A idéia da rádio livre seria então provocar as pessoas a organizarem-se e produzirem informação própria.

A rádio Campeche também se colocou um pouco neste sentido, acrescentando que a informação a ser produzida deve ter ênfase no olhar dos habitantes do sul da Ilha. Seja trazendo notícias da comunidade ou pensando a relação das notícias na cidade, no país ou no mundo a partir de como ela afeta a comunidade. Além disso, foi exposto um pouco do histórico da rádio desde o começo da mobilização para concretizá-la, em 1998, passando pela autorização para a transmissão em 2005 e a terceira gestão da diretoria executiva e conselho fiscal em 2009. Após explicar um pouco do funcionamento da rádio, fez-se uma relação entre os movimentos de democratização livre e comunitária, e se chegou à conclusão que, apesar de algumas práticas diferentes, a ação destes movimentos deve estar cada vez mais unida.

O último grupo componente da mesa foi o pessoal da revista eletrônica “Expressões Geográficas”, (www.geograficas.cfh.ufsc.br) composta por alunos da graduação e pós-graduação do curso de Geografia da UFSC, que explicou o surgimento da revista a partir de um contexto de privatização da produção do conhecimento e da necessidade de socializar os resultados de pesquisas e reflexões realizados no curso de geografia. Foi escolhida a internet como meio para realizar a revista, devido ao baixo custo e a acessibilidade a todos. A revista tem 5 anos e é feita anualmente.

Uma das preocupações dos componentes da revista é a questão da liberdade da internet, que está ameaçada pela legislação brasileira em trâmite no Senado Federal, conhecida como “lei Azeredo”, devido à atuação do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) como relator em 3 das 4 comissões pelas quais o projeto de lei já passou. No entanto, os movimentos pela internet democrática têm chamado esta lei de “AI-5 digital”, devido ao seu conteúdo repressivo, visando ao controle das ações na internet, com a justificativa de coibir a pedofilia e a troca de arquivos de mídia que estariam protegidos pela lei da propriedade intelectual.

Este ponto gerou o debate mais aceso após as exposições, pois há ainda pouca compreensão do que uma lei com este teor pode representar na realidade da comunicação brasileira e quais as estruturas e custos seriam necessários para garantir os mecanismos de vigilância na internet propostos.

Sobre a lei Azeredo: http://www.safernet.org.br/site/institucional/projetos/obsleg/pl-azeredo ou digite no google, pois vais encontrar bastante coisa…

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