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sexta-feira, 18 de março de 2011

Mostra Cultural Comunitária & Escritos Soturnos


[ I Mostra Cultural Comunitária, na UFSC ]

1ª Mostra Cultural Comunitária reúne comunidades do entorno da UFSC

Uma das principais características da vida em comunidade é partilhar os mesmos costumes e tradições. No próximo domingo, dia 20 de março, a Praça da Cidadania em frente à Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina receberá a 1ª Mostra de Cultura Comunitária, a partir das 14h.
Os bairros localizados nos arredores da UFSC têm suas vidas culturais e tradições específicas, que fazem de uma comunidade mais amistosa e ainda preservam manifestações que, novas ou antigas, são um retrato de tal lugar.
O Diretório Central dos Estudantes em parceria com o Projeto Patrimônio Caeira, aprovado no edital de incentivo à cultura Elizabete Anderle, pela Fundação Catarinense de Cultura, realizam este primeiro encontro que terá feira de artesanato, barraquinhas com comes e bebes, apresentação do grupo de rap Arma-Zen e um festival de pipa com prêmios para a pandorga mais bonita e a de melhor performance.
O evento é aberto ao público e caso chova será cancelado.

O quê: 1ª Mostra de Cultura Comunitária
Quando: Próximo domingo, dia 20 de março, a partir das 14h.
Onde: Praça da Cidadania, em frente à Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina.
Quanto: Gratuito.
Contato: Rafael Vilela, (48)9631-6569

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[ Escritos Soturnos, por Ro Manne]
- Do blog "Insight Soturno": http://insight-soturno.blogspot.com/


Escola de guerra

Sentamo-nos frente a frente e falamos por poucos minutos.
Negociações.

Uma eternidade sem respirar.
Diafragma em riste e pulmão em choque.
Minhas mãos geladas.

Falamos de nós tão diretamente quanto pudemos, mas sem verdadeira proximidade.
Cada corpo um país: sem sexo, sem invasão, sem ocupação do alheio, estamos sempre infinitamente sós.

Nesses tempos sombrios, copiamos a política,
o amor tem que ser incerto, violento e confuso.

Nos tocamos tão pouco.
Mas nos olhamos, belicosa.mente.


Sem fim

Da janela do ônibus, quando podia se sentar e encostar a cabeça no vidro naquelas tardes de verão e chuva, olhava o vidro molhado e embaçado pelo bafo úmido das dezenas de pessoas que também voltavam do trabalho. Lá fora o tempo parecia mais lento. Era como se tudo que se passasse na rua, não importasse. Era tudo encenação. Importava encostar naquele vidro e descansar o corpo.

O cheiro de perfume da Avon inundava suas narinas. Uma senhora de cinqüenta e muitos anos, sentada ao seu lado, cheirava a baile da saudade. Não que fosse desagradável. Lembrava-o da sua avó e isso só aumentava o conforto de estar protegido da chuva dentro do ônibus.

Cochilou colado ao vidro.

Acordou poucos metros antes do ponto onde deveria descer para chegar em casa. Foi o tempo necessário para dar o sinal e atravessar a massa humana até a porta. No caminho, pisou no pé de um homem, derrubou uma bolsa e empurrou uma senhora de idade. Mas não podia perder o ponto. Ainda chovia.

Não correu na chuva. Encolheu-se dentro do casaco de nylon e andou decidido pela ladeira. Aos poucos a chuva apertava e rompia a barreira do tecido sintético, umedecendo sua camisa. O tênis já estava ensopado quando chegou em casa. Ficou descalço na porta, largou ali também as calças, o casaco e foi direto ao chuveiro.

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